quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Mobilidade

As causas da emigração são quase sempre as mesmas: a fuga à pobreza, desemprego, destruição do meio ambiente, guerra, violência, perseguição política ou religiosa. Neste campo, não é fácil distinguir por vezes, a fronteira entre o imigrante e o refugiado. Ambos fogem a uma situação intolerável que os obriga a deixar a terra onde nasceram. Imigra-se também para aproveitar oportunidades de emprego que se oferecem em alguns países que carecem de mão-de-obra.

A emigração legal, apesar do que se afirma, constitui o principal meio de migração das pessoas. O envelhecimento das populações dos países economicamente mais desenvolvidos, implica um contínuo recurso à mão-de-obra estrangeira. O mundo conta actualmente, segundo a OIM, com cerca de 150 milhões de imigrantes.

A emigração ilegal, tem vindo contudo a crescer, constituindo actualmente um próspero negócio para as redes de tráfico de seres humanos que operam em todo o mundo, sendo as principais causas da migração ilegal as seguintes:

Refugiados: Conflitos armados, perseguições políticas, religiosas e étnicas, a que se juntam brutais catástrofes físicas têm provocado milhões de mortos e cortejos intermináveis de populações em fuga por todo o mundo. A maioria destes dramas podiam ser evitados, outros nem tanto, embora quase sempre pudessem ser reduzidos o número de mortes. Uma coisa é certa o panorama a nível mundial é assustador.

Rotas de escravatura: Em tempos de emigração massiva dos países mais pobres para os mais desenvolvidos, como os que integram a União Europeia, multiplicam-se os estudos e as publicações sobre as rotas da escravatura entre o século XV e finais do século XIX. Neste imenso negócio em que participaram as grandes potências coloniais europeias da altura (Portugal, Inglaterra, França, Espanha, Holanda, etc), muitos milhões africanos foram vendidos como escravos para trabalharem não apenas na Europa, mas sobretudo nas colónias europeias do outro lado do Atlântico
Fome no mundo: Milhares de africanos morrem todos os dias à fome, mas o seu drama pouco atenção já provoca nas antigas potências coloniais que as exploraram durante séculos. Um drama que se repete em vastas regiões da Ásia e da América Latina

A emigração não é um mal, muito pelo contrário, inúmeros exemplos históricos mostram que a mesma tem constituído um poderoso meio para o desenvolvimento cultural, social e económicos da humanidade.

Urge todavia combater as causas da imigração que se apresenta como a única alternativa para a sobrevivência das pessoas, e que é objecto de exploração de redes de tráfico de seres humanos. Para isso impõe-se, nesta aldeia global, entre outras as seguintes medidas: adopção de uma diplomacia preventiva; um maior empenho na ajuda aos países do hemisfério sul; sanções duríssimas para com os regimes que não respeitem os direitos humanos.

Em todo o mundo existem 175 milhões de emigrantes (3% da população mundial). Os países com mais emigrantes são os EUA (35 milhões), a Federação Russa (13,3 milhões), seguidos da Alemanha (7,3 m.), Ucrânia (6,9 m.), França e Índia (6,3 m.), Canadá (5,8m.), Arábia Saudita (5,3 m.), Austrália (4,7 m.).

Rui Pina TT08/08

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